Eu estava comprando azeite de oliva e pensando num Bacalhau frito quando vi uns meninos de 15, 16 anos entrando no mercado fazendo uma certa algazarra. Eram três, sendo que o que parecia mais velho era o mandante da matilha e o que parecia mais novo certamente nunca comprou álcool na vida. Quase rolei de rir enquanto discutiam sobre qual vodka era melhor e qual deixavam as "mina" bêbadas mais rápido.
Procedimento padrão. Iriam passar pelo caixa com o cu na mão e a atendente iria fingir que não viu que eles eram moleques espinhentos com a esperança de deixar uma menina bêbada e provavelmente usar do artifício para beijar na primeira vez na vida. Mas o mais baixinho resolveu abrir a boca. E aí saíram umas palavras... Umas palavras, oh meus irmãos;;;
"E me vê um Free, também." - Mexeu comigo. Mexeu com a mulher do balcão. Mexeu com o leitor que tá aí no conforto de sua casa. Qualé. QUALÉ?
Me enfezei. A mulher sentiu a pressão espiritual exercida por minha pessoa e deu uma olhada de cabo a rabo no menino. Aqui não, ela deve ter pensado. Mandou os meninos irem pastar e os tirou do mercadinho sem o "gole" nem nada.
Eu já estava dando pontapés no chão de tanto rir internamente. Passei no caixa e é claro que puxei assunto sobre o caso.
- E esses moleques, hein? - Falei com aquele sorriso de canto de boca que só minha pessoa sabe executar.
- Esses fidaputa vem aqui na marra, já tô fazendo um favor preces cretino de vendê bebida que não pode e eles ainda pede cigarro, ah pelo amor de deus, aí não né, tem que mandar embora mesmo, não pode acomodar esses miseráver.
Comprei um Lucky Strike e saí risadeando por aí. Fiz questão de acender um na frente dos meninos, que estavam explicando a situação pra uma menina, bonitinha até, na frente do mercado. Se tivessem pego ela no álcool, ia ser um puta lucro. Entrei no carro e fui pra casa, tanto faz.